Ele é goiano, mas parece mineiro. Quietinho, quietinho, Alencar Jr. vai colecionando vitórias. Aos 54 anos, esse piloto de sorriso fácil, brincalhão, é, na realidade, um obstinado por automobilismo. “Ele só pensa naquilo”, poderiam dizer. Não é isso o que vocês estão pensando. Religioso convicto, Alencar Jr. só pensa na vitória e não gosta de perder nem mesmo no warm-up.
Ontem, no Autódromo Internacional de Santa Cruz do Sul, sob chuva intermitente, Alencar Jr. mais uma vez deu show de pilotagem. Ele, como todos os pilotos que se encontram na ponta de classificação, sabe que esse circuito tem pouquíssimos pontos de passagem. A melhor é a curva 1, no final da reta dos boxes. Assim, largar bem em Santa Cruz é tudo. E foi o que Alencar Jr. fez. Pilotou como nunca e venceu de ponta a ponta. Mas, ao final da prova, ele reconheceu que “o menino Rafa me apertou em alguns momentos”.
A vitória de Alencar Jr., ontem, pareceu ter sido especial. Tudo porque no ano passado, ele conseguiu apenas a 8ª e 4ª colocações, respectivamente nas duas baterias da 6ª etapa do campeonato. E, na 8ª etapa, ele simplesmente não concluiu sequer a 1ª bateria, por problemas eletrônicos no carro. “Não tenho boas lembranças de Santa Cruz”, afirmava nos dias de treinos livres.
No final deu tudo certo. Com motor que correu a temporada de 2005, Alencar Jr. mostrava-se satisfeito. Ainda assim, em algumas ocasiões, percebia-se que o piloto goiano estava, de fato, muito concentrado, com um olhar em algum ponto do céu, infelizmente cinzento.
Ontem, porém, a experiência ‘falou’ mais alto. Rei de Interlagos – venceu a 5ª, 7ª e a 9ª etapas em 2005 -, Alencar Jr. conquistou ainda a Gran Finale Trofeo Maserati, em dezembro do ano passado. Tem também dois 2º lugares (1ª etapa em São Paulo e 2ª etapa em Brasília). Foi ainda pole position na 3ª etapa, no Rio de Janeiro, e na 5ª e 7ª de São Paulo. Além da pole de ontem em Santa Cruz do Sul.
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